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Sim, o Tantra pode transformar a vida de um casal. Mas antes de mais nada, devemos estar abertos para que as mudanças aconteçam em nós mesmos. E elas não devem ser feitas para agradar a seu par, mas sim serem resultado de um desenvolvimento pessoal e das descobertas com as quais nos deparamos quando nos tornamos praticantes tântricos.

As transformações pessoais devem ser atingidas e conquistadas ao nos despirmos de máscaras e eliminarmos pudores que nos foram impostos sem que sequer percebêssemos. Parece simples, mas ultrapassar as barreiras que o mundo nos fez construir ao redor de nós mesmos é uma tarefa árdua, que requer persistência, plena consciência e uma nova e total aceitação de quem somos.

Crescemos e nos tornamos adultos em um mundo que funciona, basicamente, por meio da troca de pequenas recompensas por um bocado de esforço. Essa lógica se aplica em diversas dimensões de nossas vidas. Somos compelidos a doar e dar o nosso melhor, toda a nossa energia e dedicação, para merecermos um “biscoitinho” no final.

Nos desdobramos no trabalho diariamente, para receber o pagamento ao final do mês e, quem sabe, uma promoção a cada cinco ou dez anos. Fazemos concessões e esforços para agradar quem está ao nosso lado. Trabalhamos meses, para nos sentirmos merecedores de nos divertirmos e descansarmos por semanas, ou mesmo alguns dias. Sentimos até mesmo uma certa culpa quando podemos desfrutar dos prazeres que tais recompensas nos trazem.

Fomos condicionados, a vida inteira, a sentirmos culpa quando chega a nossa hora de recebermos prazer. Nos questionamos se fizemos o bastante para merecer aquilo. Ficamos preocupados com o que os outros estarão pensando. E isso acontece também na vida íntima de qualquer casal.

 

INTIMIDADE

Aprender a receber os prazeres sem culpa

É comum querer agradar e proporcionar a nosso par bem-estar, alegrias, momentos de prazer, sensações boas e agradáveis. Queremos manifestar nosso afeto, mas também queremos recebê-lo de volta. Buscamos ser o melhor de nós, para seduzirmos diariamente quem está ao nosso lado, para que sejamos merecedores do seu amor e companhia.

Não há problema algum nessa postura empática, de querer proporcionar o bem ao outro. No entanto, um dos grandes desafios do Tantra é eliminar a culpa, os freios e os bloqueios que temos, quando os outros também estão dispostos a nos proporcionar prazer.

 

AUTOCONHECIMENTO

A aceitação de nós mesmos e o conhecimento do próprio corpo

Para aceitarmos o que o outro tem de melhor a nos dar, precisamos de um autoconhecimento profundo o suficiente para estarmos aptos a receber o prazer em todos os níveis possíveis (e não nos contentarmos com as “migalhas”, que talvez tenhamos considerado a vida toda como um verdadeiro banquete).

Uma das maiores revoluções que o Tantra pode provocar em nossa vida íntima é nos apresentar a sensações e experiências de prazer extremo e intenso, não raramente inéditas em nossas vidas prévias a ele.

Nas experiências tântricas, é muito comum a descoberta de que o prazer físico e sexual não se limita aos nossos órgãos genitais e nem mesmo em áreas que consideramos erógenas em nossos corpos. Vivenciar orgasmos intensos e espalhados por todo nosso corpo, e não apenas concentrado nos genitais, nos prova o quão pouco sabemos dos potenciais de nosso corpo físico, e como ele pode ser uma porta de entrada e de comunicação com o mundo e com os outros.

 

COMUNICAÇÃO

Nos abrimos ao outro quando reconhecemos o que queremos

A vida em casal pode ser solitária quando não possuímos uma intimidade verdadeira com quem amamos. A intimidade que transforma não é a de dividir o mesmo banheiro. É a que nos permite dizer “NÃO” com a mesma facilidade com que dizemos “SIM”. É a liberdade de, uma vez cientes de nossos anseios e gostos, desagrados e agrados, assumi-los para a outra pessoa sem o pavor de afastar, assustar ou magoar.

É claro que para estabelecer esse diálogo franco com nosso par, temos de nos conhecer da forma mais profunda possível. Saber o que nos faz diferença. Seja em nosso humor, seja por nossos gostos — inclusive os mais “proibidos e censurados” socialmente –, seja em nossos prazeres. É impossível evoluir na vida a dois se nem sabemos o que desejamos, o que pode tornar nossos dias melhores.

Uma vez que o Tantra desenvolva nosso autoconhecimento e autoaceitação, para que possamos estar em contato direto com nosso íntimo, estaremos mais preparamos para nos comunicarmos com as pessoas ao nosso redor, dizer nossas verdades, sejam elas quais forem.

 

AMOR E SEXO

Nosso coração conectado com nosso corpo

A romantização do amor fez estragos nas relações humanas por séculos, incluindo tempos e décadas mais recentes. Fomos compelidos a fingir orgasmos, apenas para não desagradar ao outro (?). Porque fomos ensinados que: a) precisamos agradar a nosso par o tempo todo e não devemos decepcioná-lo(a); b) sexo e prazer, sem orgasmo, não são nem sexo, nem prazer “de verdade”; c) no script da relação sexual, para ser considerada completa, o orgasmo precisa necessariamente estar presente ao final.

A amor não está vinculado a agradar ao outro de forma quase que exclusiva. Mas sim, em uma via de mão dupla, aceitar a seu par e, ao mesmo tempo, ser aceito(a). O amor demanda verdade, transparência e honestidade. Assim como também exige equilíbrio. Não deve nos colocar uma faca no pescoço, nem provocar insegurança ou a sensação de que podemos perder nosso amor a qualquer momento. O amor deve ser a representação do afeto na forma de aceitação, conexão e intimidade.

O sexo atingido em uma relação permeada pelos princípios do Tantra deve estar de acordo com a pureza e simplicidade manifesta neste amor. Deve ser intenso, profundo, verdadeiro, presente, livre, íntimo, e extremamente prazeroso, para ambos.

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